MARY WEINSTEIN
Pertencente à área de proteção ambiental da Bacia do Cobre, o Parque
Municipal de São Bartolomeu, no subúrbio de Salvador, é um santuário
para o povo de candomblé. E está visivelmente degradado. Nascentes,
como a de Oxumaré (correspondente a São Bartolomeu, na religião
católica) - que dá nome ao Parque - estão morrendo. Cachoeiras de
orixás, como as de Nanã e Oxum, estão cobertas de espumas encardidas
sobre águas cheias de sujeira. Foi lá, no Parque São Bartolomeu, que
várias entidades se reuniram para marcar o Dia Municipal de Combate
à Intolerância Religiosa, criado no ano passado.
Raimunda Oliveira, representante do Fórum de Entidades do Subúrbio,
contou que "antigamente se fazia romaria para pegar essa água
milagrosa. O que tem de projeto pra socorrer isso aqui é
inacreditável. Entretanto ....eles (os govenantes) têm uma visão de
economia de que tem que encher o bolso sem limite. Eles enchem os
bolsos com a miséria do povo".
"Claro que tem intolerância religiosa. O exemplo tá aí", olhou em
volta Macota Valdina, 61 anos, ogã do Terreiro Tanuri Junsara. "Dão
atenção a Pituaçu, a Abaeté, e aqui nada. O não-comprometimento das
autoridades em conservar isso já diz. Já falei tudo que tinha pra
falar, já andei tudo que tinha que andar. Eu quero ver o que de
concreto vai acontecer. Há oito anos prometeram olhar para cá. E
essa gestão vai fazer o quê?", perguntou a Macota (conselheira, na
nação Gege).
REPARAÇÃO – O secretário de Reparação Social, Gilmar Santiago, disse
que o maior crime contra o São Bartolomeu é a maioria da população
de Salvador não conhecê-lo. Ele disse que foi um compromisso de
campanha do prefeito João Henrique fazer a revitalização do parque.
Gilmar Santiago anunciou que está formando um Comitê Gestor com a
Superintendência do Meio Ambiente, a Secretaria de Educação, a
Superintendência de Parques e Jardins, a Secretaria de Habitação e a
Secretaria de Planejamento, para promover uma ampla recuperação.
Recursos já estão sendo captados com o governo federal e estão sendo
pedidos ao Banco Mundial.
"Este parque é a maior reserva de Mata Atlântica urbana no País e
tem história. Aqui viveram os índios tupinambás e o Quilombo do
Urubu. E teve relação com a luta pela Independência. Mas pouca gente
sabe disso", falou o secretário, lembrando que a Bacia do Cobre é
responsável por 20% da água que abastece a população do subúrbio,
que está por volta de 600 mil pessoas. "Tem a ver com a localização.
Será que se fosse na Pituba estaria nesse estado?", perguntou o
secretário.
Municipal de São Bartolomeu, no subúrbio de Salvador, é um santuário
para o povo de candomblé. E está visivelmente degradado. Nascentes,
como a de Oxumaré (correspondente a São Bartolomeu, na religião
católica) - que dá nome ao Parque - estão morrendo. Cachoeiras de
orixás, como as de Nanã e Oxum, estão cobertas de espumas encardidas
sobre águas cheias de sujeira. Foi lá, no Parque São Bartolomeu, que
várias entidades se reuniram para marcar o Dia Municipal de Combate
à Intolerância Religiosa, criado no ano passado.
Raimunda Oliveira, representante do Fórum de Entidades do Subúrbio,
contou que "antigamente se fazia romaria para pegar essa água
milagrosa. O que tem de projeto pra socorrer isso aqui é
inacreditável. Entretanto ....eles (os govenantes) têm uma visão de
economia de que tem que encher o bolso sem limite. Eles enchem os
bolsos com a miséria do povo".
"Claro que tem intolerância religiosa. O exemplo tá aí", olhou em
volta Macota Valdina, 61 anos, ogã do Terreiro Tanuri Junsara. "Dão
atenção a Pituaçu, a Abaeté, e aqui nada. O não-comprometimento das
autoridades em conservar isso já diz. Já falei tudo que tinha pra
falar, já andei tudo que tinha que andar. Eu quero ver o que de
concreto vai acontecer. Há oito anos prometeram olhar para cá. E
essa gestão vai fazer o quê?", perguntou a Macota (conselheira, na
nação Gege).
REPARAÇÃO – O secretário de Reparação Social, Gilmar Santiago, disse
que o maior crime contra o São Bartolomeu é a maioria da população
de Salvador não conhecê-lo. Ele disse que foi um compromisso de
campanha do prefeito João Henrique fazer a revitalização do parque.
Gilmar Santiago anunciou que está formando um Comitê Gestor com a
Superintendência do Meio Ambiente, a Secretaria de Educação, a
Superintendência de Parques e Jardins, a Secretaria de Habitação e a
Secretaria de Planejamento, para promover uma ampla recuperação.
Recursos já estão sendo captados com o governo federal e estão sendo
pedidos ao Banco Mundial.
"Este parque é a maior reserva de Mata Atlântica urbana no País e
tem história. Aqui viveram os índios tupinambás e o Quilombo do
Urubu. E teve relação com a luta pela Independência. Mas pouca gente
sabe disso", falou o secretário, lembrando que a Bacia do Cobre é
responsável por 20% da água que abastece a população do subúrbio,
que está por volta de 600 mil pessoas. "Tem a ver com a localização.
Será que se fosse na Pituba estaria nesse estado?", perguntou o
secretário.
(A Tarde 22/01/2005)
Eu desconhecia este estado de degradação. E volto a fazer uma reflexão importante, são só os governates que devem tomar providencia, ou a população local que é a mais prejudicada deve também tomar suas providencias?? Como estão tomando agora, depois de ter chegado a um estagio que talvez não seja possivel um retorno completo.
ResponderExcluirAcho que a população tem que se conscientizar que ela é a responsavel por manter tudo o que tem e que se o governo não faz, ela deve exigir que ele faça. É uma questão cultural esperar somente pelos governantes!