domingo, 20 de junho de 2010

Autoridades ignoram morte de mais de 60 gatos no cemitério do Araçá, em SP Autor(a): Fernanda Franco

Permanece um silêncio tenso no cemitério do Araçá, em SP. Conforme denúncia, protetoras que frequentam diariamente o local para resgatar e cuidar dos vários felinos que vivem ali afirmam que mais gatos estão desaparecendo.

“Tenho observado que os gatinhos mais velhos permanecem e os mais novos estão sumindo, e de muitos deles nem os corpos nós encontramos”, diz Rosely Cometti. A protetora relata que todos os dias dá falta de mais gatos no cemitério: “do lado que eu cuido, eram uns 80 gatos, restam agora apenas uns 12”, afirma.

Dezenas de gatos já foram vítimas desse ato criminoso. “Nossa luta se iniciou no final de abril, quando comecei a sentir falta de vários gatos”, conta Rosely.

Protetoras relatam descaso das autoridades

No decorrer desse período, a protetora diz ter acionado várias autoridades e procurado ajuda de diversas formas. “Entrei em contato com a Prefeitura de São Paulo, com a sra. Rita de Cássia, da PROBEM, e também com a sra. Sandra Regina A.G.B.Tavares, da COVISA/PROBEM. Fiz um BO na Delegacia do Meio Ambiente e enviei para conhecimento da sra. Rita de Cássia, para que fossem tomadas as devidas providências. No entanto, na delegacia alegaram que nada poderiam fazer por falta de funcionários e, de uma forma geral, absolutamente nada de concreto foi feito até agora. É desanimador”, conta Rosely.

“Todas as vezes que nos dirigíamos ao administrador do cemitério, o sr. Carlos Davi, ele simplesmente dizia que não sabia de nada”, testemunham as protetoras Rosely e Kátia Peeters.

Rosely conta que um dia encontrou um gatinho enfincado em uma lança da porta de um túmulo, com a patinha entrelaçada. Ao informar para o responsável pela administração do cemitério, sr. Davi, ele colocou a culpa nos cães. “Os gatos estão sumindo e o administrador insiste em afirmar que são apenas 5 os gatos desaparecidos”, revolta-se a protetora contra o desdenhoso tratamento dado ao caso.

A protetora Kátia Peeters também está indignada com o descaso das autoridades. “Tudo nesse cemitério deve ser investigado, inclusive os funcionários. Estamos diante de um crime de maus-tratos previsto pela lei, portanto a polícia está se omitindo e deixando de cumprir com seu papel”, declara ela. “Os criminosos agem à noite, quando não podemos ver, são covardes”, diz Kátia.

Uma equipe do CCZ de São Paulo, liderada pela Dra. Leda Maria Ponte, levou alguns corpos encontrados no local para avaliação toxicológica. No entanto, embora tenha se comprometido em tratar este caso com prioridade, o CCZ ainda não emitiu informações oficiais sobre o resultado dos laudos. Segundo as protetoras, os gatos que foram encontrados mortos não apresentavam nenhum sinal de ferimentos, sendo, portanto, o envenenamento a causa mais provável das mortes.

Apelo à sociedade

“Já fizemos até uma petição para pressionar as autoridades e sensibilizar a sociedade sobre o descaso que estamos enfrentando”, diz Rosely.

As protetoras defendem que o sofrimento desses animais só terá fim quando providências forem efetivamente tomadas. “Precisam colocar câmeras no local, a polícia deveria colocar vigias à noite”, diz Rosely.

Muitos gatos estão sendo vítimas dessa crueldade, e os que sobreviveram até agora estão apavorados.

A pena para este crime contra animais varia de três meses a um ano de reclusão, mas, por enquanto, os criminosos seguem agindo, protegidos pelo descaso e pela não ação das autoridades. Até quando?

Fonte: ANDA

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