terça-feira, 15 de junho de 2010

Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros

Recifes de Coral

Os recifes de coral constituem-se em importantes ecossistemas, altamente diversificados, tanto no nível local quanto no regional e, principalmente no global. Por abrigarem uma extraordinária variedade de plantas e animais são considerados como o mais diverso habitat marinho do mundo, e por isso mesmo, possuem grande importância econômica, pois representam a fonte de alimento e renda para muitas comunidades. Uma de cada quatro espécies marinhas vive nos recifes, incluindo 65% dos peixes.

Os recifes estão para o ambiente marinho da mesma forma que as florestas tropicais estão para os ambientes terrestres, ou seja, os maiores centros de biodiversidade do planeta.

Apesar de toda sua importância, os ambientes recifais em todo o mundo, vêm sofrendo um rápido processo de degradação através das atividades humanas.

Cerca de 27 % dos recifes de coral mundiais estão definitivamente perdidos, conforme o Global Coral Reef Monitorinng Network (GCRMN), uma rede de governos, organizações não-governamentais (ONGs), institutos e indivíduos que monitoram a saúde dos recifes. Em razão da riqueza biológica dos recifes de coral essas perdas extensas inevitavelmente também afetam de modo grave muitas outras espécies.

A degradação dos recifes de coral está intimamente ligada às atividades humanas e econômicas. Os oceanos em aquecimento, provavelmente o resultado da mudança climática, estressam os corais a ponto de expelirem as algas que os habitam (as zooxantelas), deixando-os "branqueados". O branqueamento de 1998, um dos anos mais quentes da história, danificou imensas áreas de coral em todo o mundo, aumentando seriamente a quantidade de recifes danificados. Poluição de nutrientes e sedimentos, mineração de areia e rocha e o uso de explosivos e cianeto (ou outras substâncias tóxicas) na pesca, também estressam os recifes mundiais.

Ao mesmo tempo, a perda de corais prejudica as perspectivas de uma vida melhor para as populações costeiras. Quase meio bilhão de pessoas vivem num raio de 100 quilômetros de um recife de coral e muitos dependem deles para alimentação e emprego. Só no Brasil, 18 milhões de pessoas dependem direta ou indiretamente desses ambientes. Cerca de um quarto do pescado nos países em desenvolvimento, dentre eles o Brasil, vem de áreas de coral que proporcionam alimentos para aproximadamente um bilhão de pessoas, só na Ásia. Os recifes protegem as praias da erosão e ajudam a produzir as areias finas que as tornam atraentes para o turismo, uma fonte principal de receita de muitos países tropicais. Em geral, os bens e serviços gerados pelos recifes foram avaliados, em 1997, em US$ 375 bilhões anuais.

Sem uma ação gerencial urgente para conter o dano, a Global Coral Reef Monitorinng Network (GCRMN) calcula que a parcela de recifes perdidos atingirá 40% até 2010. Alguns desses recifes têm uma chance razoável de recuperar a saúde mas só se não forem logo estressados novamente, algo difícil de assegurar num mundo em aquecimento, porém, mesmo no cenário mais otimista, 11% dos recifes mundiais são hoje considerados como irremediavelmente perdidos.

No Brasil, os recifes de coral se distribuem por aproximadamente 3 mil km de costa, do Maranhão ao Sul da Bahia, representando as únicas formações recifais do Atlântico Sul.

Considerando a importância desses ambientes e preocupada com o atual quadro de degradação é que a Secretaria de Biodiversidade e Florestas - SBF/MMA começou a trabalhar, desde 1999, especificamente com esse ecossistema. Várias iniciativas foram tomadas no intuito de se estabelecer uma Rede de Proteção nos Recifes de Coral.

Campanha Conduta Consciente em Ambientes Recifais.

A Gerência de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros continua divulgando a Campanha Conduta Consciente em Ambientes Recifais, iniciada em 2001. A campanha visa despertar a atenção e a conscientização de professores e estudantes, agente de turismo, operadoras de mergulho, agentes ambientais, entre outros, para a conservação dos recifes de coral brasileiros.

O Atlas dos Recifes de Coral nas Unidades de Conservação Brasileiras

publicação lançada em 2003, foi a primeira iniciativa de mapeamento dos corais do Atlântico Sul, antes não incluídas nos mapas mundiais, e representa o reconhecimento da importância desse ecossistema e a necessidade de levar ao conhecimento público o valor e as belezas desses ambientes. Parte de um projeto maior de mapeamento e integração destes ambientes, o processo de elaboração do Atlas propiciou a capacitação de gestores e técnicos que trabalham nos ambientes recifais brasileiros. Em 2006, durante a Conferência das Partes 8 (COP-8) da Convenção da Diversidade Biológica foi lançada a 2ª edição do Atlas com a introdução de novos capítulos: avaliação da representatividade dos recifes de coral e informações sobre o Projeto Coral Vivo.



sob a coordenação da Universidade Federal de Pernambuco e do Instituto Recifes Costeiros, recebe apoio técnico-financeiro da Gerência de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros(GBA). O programa tem como objetivo monitorar a saúde dos corais e relacionar os resultados a eventos globais (como mudanças climáticas) ou locais (impactos antrópicos como pesca, poluição e turismo) e propor soluções de manejo. Um aspecto que destaca-se no projeto é que sua realização incentiva o envolvimento de voluntários.

Projeto Coral Vivo

O Projeto Coral Vivo é uma iniciativa inédita no Brasil que tem como objetivo realizar ações de pesquisa para gerar técnicas de recuperação de ambientes recifais degradados, de educação e divulgação voltadas para a conservação e uso sustentável. O MMA, por intermédio da GBA participa do projeto apoiando as ações de educação ambiental, por meio da Campanha de Conduta Consciente em Ambientes Recifais, bem como fazendo parte do Conselho desse projeto. Para maiores informações http:// www.coralvivo.org.br

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